Hospitais enfrentam superlotação no Sul de Minas; Três Corações tem emergência 300% acima da capacidade
17/07/2025
(Foto: Reprodução) Saiba a situação dos leitos hospitalares em Poços, Pouso Alegre, Varginha e Passos
Unidades de saúde em várias cidades do Sul de Minas enfrentam um cenário crítico de superlotação neste mês de julho. O caso mais grave ocorre em Três Corações, onde o Hospital São Sebastião registra 300% de ocupação na sala de emergência e leitos clínicos com ocupação superior a 100%. A situação acende um alerta sobre a capacidade da rede hospitalar regional, pressionada principalmente por doenças respiratórias típicas do outono e inverno.
📲 Participe do canal do g1 Sul de Minas no WhatsApp
Além de Três Corações, hospitais em Poços de Caldas, Pouso Alegre, Varginha e Passos também operam próximo ou acima do limite, segundo autoridades de saúde ouvidas pela EPTV.
Hospitais enfrentam superlotação no Sul de Minas; Três Corações tem emergência 300% acima da capacidade
Reprodução/EPTV
Poços de Caldas
Na cidade, o sistema de saúde opera com 322 leitos públicos e 652 no total, considerando a rede pública e privada. A ocupação no Hospital Santa Lúcia é de 86%, enquanto na Santa Casa chega a 84%. Apesar dos índices elevados, o secretário adjunto de Saúde, José Gabriel Pontes Baeta, afirma que a cidade não atingiu o colapso:
“Os hospitais de Poços de Caldas não estão com a sua capacidade no máximo. O acompanhamento de leitos é feito diariamente para evitar sobrecargas.”
Segundo o secretário, os casos de síndrome respiratória aguda grave diminuíram nas últimas semanas e, atualmente, nenhum paciente está internado com esse diagnóstico.
Pouso Alegre
Já no Hospital das Clínicas Samuel Libânio, referência regional em alta complexidade, a ocupação dos 333 leitos chega a 95%. A unidade atende uma população estimada em 3,5 milhões de pessoas, distribuídas em 191 municípios de 16 microrregiões.
O diretor técnico da instituição, Saulo Gonçalves Lamas, explica que o foco está na gestão dos leitos:
“Hoje, nosso esforço é fazer girar o leito. Trabalhamos a permanência e a contra-referência com os municípios. Não adianta só aumentar leitos, é preciso melhorar a gestão.”
O hospital está em expansão, com a construção de uma unidade oncológica, mas a ampliação não deve aliviar a lotação de forma imediata.
Ocupação de leitos chega a 95% no Hospital Samuel Libânio, em Pouso Alegre
Reprodução/EPTV
Varginha
A situação em Varginha é ainda mais crítica: todos os leitos do SUS estão ocupados. São 122 no Hospital Regional, 112 no Hospital Bom Pastor e 18 na UPA.
Segundo o secretário municipal de Saúde, Dr. Adrian Nogueira, a alta demanda está relacionada ao perfil de referência dos hospitais:
“Recebemos pacientes com AVC, infarto e outras emergências. Isso lota rapidamente nossos hospitais. O número atual de leitos é insuficiente.”
A cidade aguarda autorização do Estado para o credenciamento de novos leitos no Hospital Bom Pastor. Enquanto isso, pacientes continuam dependendo do sistema de regulação estadual para conseguir vagas, inclusive fora do município.
Todos os 122 leitos do Hospital Regional estão ocupados, aponta Secretaria de Saúde
Hospital Regional de Varginha
Passos
Em Passos, a Santa Casa conta com 259 leitos SUS e a UPA local, com 36, dos quais 95% estão ocupados. A cidade também atende pacientes de municípios vizinhos.
O superintendente técnico da Santa Casa, José Ronaldo Alves, reforça a importância de procurar o local adequado para cada tipo de atendimento:
“Os leitos de urgência e emergência devem ser reservados para condições com risco iminente à vida. Problemas crônicos estáveis devem ser tratados nas unidades básicas.”
Atendimentos de alta complexidade, como casos respiratórios graves, cardiovasculares e neurológicos agudos, são direcionados à Santa Casa por meio da regulação via UPA ou SAMU.
Diante da gravidade dos casos, gestores de saúde cobram apoio do governo estadual, principalmente no credenciamento de novos leitos e no fortalecimento da rede de atenção básica. O objetivo é evitar que quadros menos graves acabem sobrecarregando os hospitais de referência.
Veja mais notícias da região no g1 Sul de Minas
.jpg)
